sábado, 1 de novembro de 2008

Ler faz bem?

Ao ler certos textos, ainda nesta ultima semana finda de outubro, de um mesmo jornal,
deparei-me com um fenomeno curioso:

=>a indefiniçao dos escritores/leitores sobre se "ler faz bem ou nao?"

Parece estranho eu (que gosto de ler e escrever-mesmo que muito mal!!!) venha a publico
com este tipo de duvida. Ocorre que o jornal (de grande circulaçao em Porto Alegre) que li
publicou textos esparsos, em cadernos/colunas diferentes,em datas diferentes, escritos
por autores tambem diferentes, mas que lidos (e digeridos!) por um mesmo leitor atento,
provocam esta curiosa pergunta: LER FAZ BEM?
Vejamos entao;

Primeiro texto:
O artigo publicado por um professor, versa que o habito de leitura sempre
foi (historicamente documentado) considerado um ato anti-social, visto que o leitor se isola
da vida em grupo para se dedicar egoisticamente ao seu vicio intelectual, podendo inclusive,
introjectat ideias "perigosas" e "desestabilizadoras" ao grupo, e cita, por exemplo, a obra
de Sebastiao Brant, "Nau dos Insensatos" (que eu nao li!) que referencia a loucura gerada
pelas letras em demasia (ou um retrato do solitario entre os seus livros), bem como
o que ocorre com um certo Dom Quixote de La Mancha, que de tanto ler perde a razao e
sai pelo mundo lutando contra moinhos,
Neste artigo, o autor cita que o livro nao passa de combustivel para a imaginaçao
e fantasia.
Isto posto,veja o proximo texto.

Segundo texto:
Uma coluna publicada junto ao editorial, remete para o terreno das comjecturas,
as razoes para a derrocada atual do capitalismo liberal ante os postulamentos marxistas,
quase profeticos, justamente publicados EM UM LIVRO, aquele famoso "O Capital" (veja-se:
que este livro "influenciou" o que viria ser o comunismo e toda a historia posterior a 1919), mas acusa os
governos de omissao, ao nao imporem limites as liberdades exageradas das ideias deste quilate.
Se a leitura traz beneficios, como pode um livrinho dividir o mundo? E quase destrui-lo?

Terceiro texto:
Uma analise (pequena!) publicada pela editoria de cartas sobre as manifestaçoes
dos leitores do jornal sobre a inclusao oi nao de alunos com necessidades especiais
nas escolas publicas. Esta ventila a necessidade de os mesmos entender e/ou interpretar
textos escritos (Leitura para portadores de deficiencia? E para os normais?).

Quarto texto:
Uma coluna publicada por um jornalista da casa (que se orgulha da posiçao que ocupa!),
na qual horroriza-se ante a imposiçao dos curriculos de ensino medio, aos "alunos" (leitores!) vitimas,
de textos que considera massacrantes, um verdadeiro terrorismo mental (e psicologico!) e especula
que talvez seja esta a verdadeira causa da evasao escolar. Afinal, ele questiona, para que serve ler
a enjoada "A Moreninha", de um tal Machado de Assis, pra la de ultrapassado, segundo o autor da
coluna, que ainda sujere a substituiçao literaria por outrtos generos, tipo "Harry Potter" ou "O Codigo da Vinci".
Mais uma vez, o LER (deturpado em sua origem) faz a vez do vilao anti-cultural.

Quinto texto:
Uma reportagem na qual se divulga açao da Prefeitura contra Lan Houses instaladas proximas
de escolas, que funcionariam como "imans" atratores e desvirtuadores de alunos "dedicados" e
"comprometidos" com as "beneficas" rotinas do mundo das letras, das ciencias edas artes.
So que estes estabelecimentos ficam longe das escolas (pelo menos tem que se caminhar
para "fora" dos limites da "escola" , para poder "visitar" uma loja destas) e isso em pleno horario
de funcionamento normal das escolas "vitimas" (onde estao os responsaveis que nao veem os "alunos"
perambulando pelos corredores? Nao tem vigilancia? )
Seria o ter que "LER", o responsavel pela "força maligna" das Lan Houses?

Sexto texto:
Uma reportagem cita uma lista negra dedevedores, de ambito nacional, do ensino particular,
para evitar que alunos "inadimplentes" consigam fazer matricula em outro colegio particular neste
Pais. Esta lista,considerada um texto de LEITURA apocrifa pelo PROCON, vai ser implementada noano que vem.
E dal? Qualquer um faz uso pessoal daquilo que le.

Setimo texto:
Uma reporagem que foca o desentendimento existente entre "especialostas" e "linguistas"
acerca do tratado de padronizaçao ("luso") do idioma portugues.
Nem eles se entendem, e que se danem as criançinhas!

Oitavo texto:
Uma reportagem cita paralisaçao (rotina!) prometida pelos "professores" da rede publica para oinicio de novembro;
Perguntinhas basicas: - E quando "alunos" ficam vagando pelos corredores,onde estao os "mestres"?
- Estao fazendo assembleia para decidir a proxima assembleia?
- E ganhando?

Todos estes textos me dao a impressao que estes autores jogam culpa nas leituras fantasiosas, fantasticas,
folhetinescas, pela mediocridade intelectual do povo.
Acredito que eles ainda nao "pegaram o lance" que anda por ai:
o povo faz de conta que le, os escritores fazem de conta que escrevem, e todos fazem de conta que entenderan.
Dai o porque das mazelas humanas....

Um comentário :

uma leitora disse...

Passei pra desejar boas festas! Um novo ano de realizações, saúde e paz.

Abraços

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